As artérias carótidas, em conjunto com as artérias vertebrais, são a principal fonte de fluxo sanguíneo para o cérebro e se localizam em ambos os lados do pescoço.
A doença carotídea é consequente a um estreitamento (estenose) ou obstrução do fluxo sanguíneo das artérias carótidas por placas que são formadas por substâncias como gordura e cálcio (aterosclerose).
Cerca de 15% dos casos de acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) têm como origem as doenças das carótidas. Podem ocorrer através da diminuição de fluxo sanguíneo cerebral ou fragmentação de detritos das placas carotídeas para artérias intracerebrais devido a força da passagem do sangue.
Os principais fatores de risco associados à doença carotídea são:
A doença carotídea pode passar despercebida durante vários anos. E seu primeiro sintoma pode ser justamente um Acidente vascular cerebral (AVC).
Em sua forma mais comum, o AVC provoca a perda dos movimentos de um lado do corpo, e eventualmente, perda da fala, perda visual, podendo até mesmo ser fatal. Tais sintomas podem se reverter total ou parcialmente com o tempo, ou deixarem seqüelas definitivas graves.
O tratamento da doença começa pelo combate aos fatores que provocam o aparecimento e progressão da doença: controle diabetes, pressão arterial, colesterol alto e parar de fumar.
Para os pacientes com estreitamentos moderados e sem histórico de AVC, a escolha usual é o tratamento medicamentoso e repetição de imagens de rotina semestrais / anuais para controle (usualmente ultrassonografia com doppler).
O tratamento cirúrgico é imperativo nos pacientes com estreitamentos graves (>70%), mesmo assintomáticos, ou com histórico de AVC recente justificável por estenose moderada a grave do fluxo sanguíneo carotídeo em exames de imagem.
As modalidades de tratamento cirúrgico são:
Na Angioplastia com stent, o paciente recebe usualmente anestesia local, o cirurgião vascular faz uma punção na artéria da virilha, chegando por meio de cateterismo (dentro dos vasos) até a carótida no pescoço.
Assim, uma vez perto da lesão, coloca-se um stent, uma espécie de rede tubular metálica, que dilata o estreitamento da artéria, fazendo-a voltar para o tamanho original, fixando as placas calcificadas fragmentadas contra a parede vascular. A segurança para que fragmentos não migrem para o cérebro durante esse ato é feita por um dispositivo de proteção transitoriamente implantado, o filtro de carótida.
Da mesma forma que na cirurgia aberta, o sangue volta a fluir normalmente e o risco de AVC diminui substancialmente. A angioplastia costuma durar entre 30-60 minutos, e tem resultados igualmente bons quando executada por médicos experientes , em pacientes corretamente selecionados, tendo como vantagem a alta no mesmo dia ou no dia seguinte ao procedimento.
O paciente recebe normalmente anestesia geral. Após, o cirurgião vascular faz uma incisão no pescoço e remove cirurgicamente a placa dentro da artéria carótida, após bloquear temporariamente o fluxo sanguíneo no seu interior.
Dessa forma, o sangue volta a fluir normalmente pela artéria após sua limpeza e o risco de AVC reduz substancialmente. Trata-se de uma cirurgia que costuma levar de uma a duas horas e com resultados excelentes quando adequadamente indicada.
Você ainda tem dúvidas sobre a doença carótida e os seus tratamentos? Entre em contato com o Dr. Simon Benabou!